terça-feira, 19 de julho de 2011

São Paulo - Miracatu - 04/07/2010 -Domingo - 09:10 h

Sai de casa por volta das 19:00 h, gostaria de ter saído mais cedo, para evitar pegar a estrada a noite, só que todos os preparativos me consumiram tempo, e quando se tem apenas 15 dias para viajar, 1 dia a menos acaba fazendo diferença.

Peguei a Francisco Morato até cair na BR116, onde havia um fluxo grande de carrros. Percorri o inicio da estrada sem acostamento, até encontrar um acostamento esburacado onde pude seguir com mais tranqüilidade, mais a frente a estrada ficou sem iluminação, fiquei cego, juntando o breu em que eu me encontrava, com a estrada esburacada, o resultado óbvio foi a 1º queda da viagem, após ter pedalado 60 km, mas tudo bem, esta queda não foi tão ruim quanto a que tive 15 km mais tarde. Ninguém manda ser teimoso e sair de noite.

Depois de bastante tempo pedalando no escuro total, seguindo apenas um resquício da faixa branca do acostamento que meus olhos identificavam com dificuldade, encontrei o caminhão salvador, tratava-se de um caminhão que tinha algum problema e por isso ia devagar, fui seguindo a caminhão por bastante tempo, ele ia iluminando o meu caminho pela noite com suas lanternas traseiras.

Chegou um momento em que eu não sabia mais onde estava, sabia apenas que estava na BR116 em algum ponto entre São Paulo e Curitiba, eu estava cansado mas não ia parar enquanto não me localizasse, o problema é que no escuro eu acabava passando sem tomar conhecimento das placas, foi quando encontrei esta me dizendo, sinta-se em casa a apenas 15 km



pedalar 110 km para no fim se sentir em casa não era exatamente o objetivo). Parecia ser um bom lugar para passar o resto da noite, tentei pensar “ o que são 15 km para quem já pedalou 110”, putz era bastante, eu estava exausto, havia pedalado 5 horas sem parar e sem tomar água (o segundo vacilo além de ter saído de noite foi sair sem água), minha garganta tava seca, eu estava com sono, foi quando encontrei uma placa que dizia, saída para Peruíbe, e 500 metros a frente o tal do fazendeiro.

Não me senti muito em casa, me senti mais em uma dessas paradas de ônibus de viagem, onde te dão 15 minutos para ir no banheiro, esticar as pernas e olhar, apenas olhar os produtos a venda, porque só alguém muito desesperado para pagar 4,00 R$ numa garrafa de água, condição esta, cuja qual eu me enquadrava, por isso nem pensei duas vezes na hora de comprar.



Tomei banho, dormi e acordei as 8:00 da manhã com um funcionário trazendo pão com manteiga, fatias de bolo e café com leite, ele me disse que por trabalhar lá poderia pegar de graça, aí pensou “ se eu estou com fome imagina esse cara que veio pedalando de longe e passou a noite aqui”. Agradeci a Jefrey, fiquei realmente admirado com sua consideração por alguém que ele nem conhecia. Após o café da manhã, que estava uma delicia, arrumei minhas coisas para seguir viagem.

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